ASSUNTO : AVALIAR DE FORMA DIFERENTE ALUNOS DIFERENTES / Palmas ao fracasso - ( LIVRO MARINHEIRO E PROFESSORES)CADA UM TEM O SEU TEMPO , O SEU VALOR, O SEU DESENVOLVIMENTO/ A SUA INTELIGÊNCIA ... NEM SEMPRE O NOSSO JEITO DE AVALIAR O ALUNO PERMITE ISSO
CADA UM TEM O SEU TEMPO , O SEU VALOR, O SEU DESENVOLVIMENTO/ A SUA INTELIGÊNCIA ... NEM SEMPRE O NOSSO JEITO DE AVALIAR O ALUNO PERMITE ISSO
Palmas ao fracasso
Andréa nunca soube dizer qual filho amava mais.
Luciano, agora com quinze anos, um excelente aluno, ótimo filho e magnífico atleta.
Sem prejuízo de seu desempenho nas disciplinas curriculares, sempre foi “vidrado”
qualquer preço e, seja qual for a renúncia que a mesma imponha, sabe cumpri-Ia
com extrema dignidade e sem jamais reclamar.
Alexandre, com doze anos, é deficiente físico. Arguto, inteligente, extremamente
carinhoso e com empatia que chega às raias da paixão, segue sua vida limitada pela
cadeira de rodas.
Da cintura para cima é perfeito e, mesmo com suas deficiências
motoras, consegue ser um verdadeiro ídolo de seus colegas, sempre chamado para
qualquer festa e envolvido em todas as participações e bagunças promovidas por sua
turma.
Andréa está vivendo com os filhos uma fase de euforia. Luciano, após muita luta, foi
convocado para representar seu país nos jogos internacionais de vôlei que se
realizará, no mês de julho, em Helsinki.
Alexandre, após exaustivos exercícios nas
barras paralelas, conseguiu, afinal, caminhar dois metros sem o uso da cadeira.
É,ainda, muito pouco, mas com persistência e muitas horas de fisioterapia conseguirá,
quem sabe um dia, manter-se em pé por alguns minutos.
Impossível dizer. Não existe como comparar a seleção brasileira de um e os dois
metros vencidos pelo outro. O que a torna eufórica com o desempenho de seus dois
heróis são, essencialmente, seus progressos e não seus resultados.
Luciano é Luciano e Alexandre é Alexandre e, jamais, o limite de um servirá de parâmetro para o limite
do outro.
Nem todos os professores pensam assim...
Avaliando seus alunos pelos rígidos limites de uma nota, descobrem apenas o ponto
máximo a que podem chegar e não a dimensão do progresso de cada um durante o
ano letivo.
Se um de seus alunos “cresceu” muito durante o ano e a bagagem de
conceitos que domina é o dobro dos que dominava há um ano, isso de nada vale
diante do parâmetro absoluto e tirano de uma nota que define o limite da reprovação.
Para professores assim, apenas Lucianos interessam...
-Progrediu muito, mas não pode passar. Não chegou à média cinco.
Parabéns para um outro colega que, durante o ano, apenas regrediu, mas cujo resultado ultrapassou
o absurdo número-limite.
FONTE :
LIVRO MARINHEIRO E PROFESSORES
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