Homenagem ao dia do professor em forma de poesia "Dilemas do Professor"( cordel) 15 de outubro - dia do professor / É nobre e bela a missão De quem é educador Na construção do saber Da criança ao doutor É necessário que haja O ensinar de um professor.
Dilemas do Professor
LITERATURA DE CORDEL
Autor:
Francisco Diniz
OBS.: Trechos deste cordel foram transformados em música no ano de 2006. Clique aqui para escutar a gravação.
__________________________________
É nobre e bela a missão
De quem é educador
Na construção do saber
Da criança ao doutor
É necessário que haja
O ensinar de um professor.
É o mestre quem acompanha
O aluno e o seu progresso
Dia a dia sugerindo
Informações ao sucesso,
Constantemente lembrando
Educação é um processo...
Que ilumina o horizonte,
Promove a transformação,
Aguça a consciência,
Constrói novo cidadão,
Lapida a inteligência,
E é socialização.
Tarefa do professor
É por demais importante
No edificar o futuro
Com o seu saber constante
Desperta o sonho, a vontade,
Conduz o ser adiante.
Pelo futuro dos outros
É responsável direto
Quase sempre é exemplo
Mesmo sendo bem discreto,
Lembrado por toda a vida
Por quem está longe ou perto.
Embora sempre importante
Para todo o alunado,
Professor ainda não é
No Brasil valorizado,
Status ele não tem,
Pois é um assalariado.
O educador por aqui
Ganha muito, muito pouco,
Fala demais todo dia
Vez por outra está rouco,
Com tanta preocupação
Só lhe falta ficar louco.
Com aluno sem interesse,
Com provas pra corrigir,
Sem tempo pra planejar,
Sem tempo para sorrir,
É vítima sim, do descaso
Dos dirigentes daqui.
Que desprezam o seu papel,
Desfazem do seu valor
Ao pagarem um salário
Que é uma vergonha, um horror,
Que mal dá pra se manter,
Sem luxo nenhum dispor.
E pra não sofrer ainda mais
O professor faz biscate,
Anda vendendo nas feiras
Verduras e chocolate;
Pra aumentar o orçamento
Vende perfume e esmalte.
De tudo ele inventa
Pra fugir do alvoroço:
Trabalha até madrugada
E na hora do almoço
Faz salgado, vende tortas;
Vende roupa pelas portas
Ou dá aula de reforço.
Simples plano de saúde
Há poucos que podem ter
A maioria, no entanto
Vai penar se adoecer,
Pois o atendimento público
Mal pode lhe atender.
Os vencimentos do mestre
Deveriam oferecer
Condições para comprar
Livros, jornal e CD;
Deveriam propiciar
O necessário lazer:
Shows, cinema e teatro,
TV por assinatura,
Ir ao circo vez em quando,
Prestigiar a cultura,
Ir a concerto ou leilões,
À museu ou exposições
De tela ou escultura,
Ter acesso à internet,
Poder curtir feriado,
Ou mesmo um fim de semana;
Aumentar o aprendizado
Numa viagem de férias
Sem ficar endividado.
Sonha todo professor
Um dia oferecer
Conforto a sua família,
Ter um transporte e poder
Adquirir a habitação
Sem ter que tanto sofrer.
E tem mais, ele devia
Numa só escola atuar,
Trabalhar só um expediente
Para no outro planejar
Uma aula eficiente
Sem não mais improvisar.
Só vai ser reconhecido
Quando começar a ganhar
Um salário de verdade
- Que dê pra lhe sustentar
Com toda dignidade -
Para nada lhe faltar.
Só que as condições do mestre
No Brasil é uma piada:
Não é bem remunerado,
e o governo não faz nada
Dá aula em tanta escola
E o que ganha é quase nada.
Com o que ganha atualmente
Como pode melhorar,
Ampliar o seu currículo,
E sempre se reciclar,
Se falta tempo e dinheiro
Para poder estudar?
É escola sem estrutura
Aquela que é estatal.
Sofre do mesmo dilema
A escola municipal
E também a universidade
Que é paga ou federal.
Durante um jogo de bola
Se um aluno se acidentar
Em quase todas escolas
Remédio não vai se achar
Pra tratar do ferimento
Nem gelo tem pra botar.
Se for um caso mais sério
Onde é preciso correr
Ligeiro pro hospital
É bem provável não ter
Um carro à disposição
Pronto para socorrer.
Mas sempre dá-se um jeito,
Pois há solidariedade.
Chama-se o diretor
Ou alguém da comunidade,
Arruma-se um transporte,
Ação de pura bondade.
Rotina do professor
É de um sujeito estressado,
Refiro-me ao competente
Não ao descompromissado,
Pois este que faz de conta
Pouco ficará cansado.
Todo o profissional
Que compromisso não tem
Chega sempre atrasado
E falta muito também,
Não vai à reunião
O aluno não é ninguém.
Não discute, não critica
A nossa realidade;
Faz o jogo do poder,
Defende a autoridade
Mesmo que esta não tenha
A mínima dignidade.
Felizmente este perfil
É só de alguns professores
Que estão no trabalho errado
Atuando como atores,
Porém quase todos eles
Da ética são defensores.
Que acreditam que a escola
Se faz mais com o amor
Que tem a tia, o mestre,
O querido servidor
E sentem a falta de estímulo
De quem é governador.
O professor que dá aula
Na escola particular
Não está livre do descaso
Muitos vivem a lhe cobrar
Trabalho e eficiência,
Mas também é uma indecência
O que estão a lhe pagar.
Enfrentam os mesmos problemas
Com alunos agressivos,
Com tantos mal educados,
Rotulados de impulsivos
E são poucos os que achamos
Com ar de compreensivos.
Há muito o que melhorar
Na pública educação:
Reciclar o professor,
Acabar com a evasão,
Promover o diretor
Só através de eleição.
Fazer com que nunca falte
A merenda escolar,
Exigir que ela seja
Boa de saborear;
Rever sempre os conceitos
Que se tem de aprovar.
Tudo que aqui relato
São angústias de um sonhador
Que se sente inquieto,
Que fala sem destemor
Por conhecer esta causa,
Pois também sou professor.
FIM
OBS.: Trechos deste cordel foram transformados em música no ano de 2006. Clique aqui para escutar a gravação.
LITERATURA DE CORDEL
Autor:
Francisco Diniz
OBS.: Trechos deste cordel foram transformados em música no ano de 2006. Clique aqui para escutar a gravação.
__________________________________
É nobre e bela a missão
De quem é educador
Na construção do saber
Da criança ao doutor
É necessário que haja
O ensinar de um professor.
É o mestre quem acompanha
O aluno e o seu progresso
Dia a dia sugerindo
Informações ao sucesso,
Constantemente lembrando
Educação é um processo...
Que ilumina o horizonte,
Promove a transformação,
Aguça a consciência,
Constrói novo cidadão,
Lapida a inteligência,
E é socialização.
Tarefa do professor
É por demais importante
No edificar o futuro
Com o seu saber constante
Desperta o sonho, a vontade,
Conduz o ser adiante.
Pelo futuro dos outros
É responsável direto
Quase sempre é exemplo
Mesmo sendo bem discreto,
Lembrado por toda a vida
Por quem está longe ou perto.
Embora sempre importante
Para todo o alunado,
Professor ainda não é
No Brasil valorizado,
Status ele não tem,
Pois é um assalariado.
O educador por aqui
Ganha muito, muito pouco,
Fala demais todo dia
Vez por outra está rouco,
Com tanta preocupação
Só lhe falta ficar louco.
Com aluno sem interesse,
Com provas pra corrigir,
Sem tempo pra planejar,
Sem tempo para sorrir,
É vítima sim, do descaso
Dos dirigentes daqui.
Que desprezam o seu papel,
Desfazem do seu valor
Ao pagarem um salário
Que é uma vergonha, um horror,
Que mal dá pra se manter,
Sem luxo nenhum dispor.
E pra não sofrer ainda mais
O professor faz biscate,
Anda vendendo nas feiras
Verduras e chocolate;
Pra aumentar o orçamento
Vende perfume e esmalte.
De tudo ele inventa
Pra fugir do alvoroço:
Trabalha até madrugada
E na hora do almoço
Faz salgado, vende tortas;
Vende roupa pelas portas
Ou dá aula de reforço.
Simples plano de saúde
Há poucos que podem ter
A maioria, no entanto
Vai penar se adoecer,
Pois o atendimento público
Mal pode lhe atender.
Os vencimentos do mestre
Deveriam oferecer
Condições para comprar
Livros, jornal e CD;
Deveriam propiciar
O necessário lazer:
Shows, cinema e teatro,
TV por assinatura,
Ir ao circo vez em quando,
Prestigiar a cultura,
Ir a concerto ou leilões,
À museu ou exposições
De tela ou escultura,
Ter acesso à internet,
Poder curtir feriado,
Ou mesmo um fim de semana;
Aumentar o aprendizado
Numa viagem de férias
Sem ficar endividado.
Sonha todo professor
Um dia oferecer
Conforto a sua família,
Ter um transporte e poder
Adquirir a habitação
Sem ter que tanto sofrer.
E tem mais, ele devia
Numa só escola atuar,
Trabalhar só um expediente
Para no outro planejar
Uma aula eficiente
Sem não mais improvisar.
Só vai ser reconhecido
Quando começar a ganhar
Um salário de verdade
- Que dê pra lhe sustentar
Com toda dignidade -
Para nada lhe faltar.
Só que as condições do mestre
No Brasil é uma piada:
Não é bem remunerado,
e o governo não faz nada
Dá aula em tanta escola
E o que ganha é quase nada.
Com o que ganha atualmente
Como pode melhorar,
Ampliar o seu currículo,
E sempre se reciclar,
Se falta tempo e dinheiro
Para poder estudar?
É escola sem estrutura
Aquela que é estatal.
Sofre do mesmo dilema
A escola municipal
E também a universidade
Que é paga ou federal.
Durante um jogo de bola
Se um aluno se acidentar
Em quase todas escolas
Remédio não vai se achar
Pra tratar do ferimento
Nem gelo tem pra botar.
Se for um caso mais sério
Onde é preciso correr
Ligeiro pro hospital
É bem provável não ter
Um carro à disposição
Pronto para socorrer.
Mas sempre dá-se um jeito,
Pois há solidariedade.
Chama-se o diretor
Ou alguém da comunidade,
Arruma-se um transporte,
Ação de pura bondade.
Rotina do professor
É de um sujeito estressado,
Refiro-me ao competente
Não ao descompromissado,
Pois este que faz de conta
Pouco ficará cansado.
Todo o profissional
Que compromisso não tem
Chega sempre atrasado
E falta muito também,
Não vai à reunião
O aluno não é ninguém.
Não discute, não critica
A nossa realidade;
Faz o jogo do poder,
Defende a autoridade
Mesmo que esta não tenha
A mínima dignidade.
Felizmente este perfil
É só de alguns professores
Que estão no trabalho errado
Atuando como atores,
Porém quase todos eles
Da ética são defensores.
Que acreditam que a escola
Se faz mais com o amor
Que tem a tia, o mestre,
O querido servidor
E sentem a falta de estímulo
De quem é governador.
O professor que dá aula
Na escola particular
Não está livre do descaso
Muitos vivem a lhe cobrar
Trabalho e eficiência,
Mas também é uma indecência
O que estão a lhe pagar.
Enfrentam os mesmos problemas
Com alunos agressivos,
Com tantos mal educados,
Rotulados de impulsivos
E são poucos os que achamos
Com ar de compreensivos.
Há muito o que melhorar
Na pública educação:
Reciclar o professor,
Acabar com a evasão,
Promover o diretor
Só através de eleição.
Fazer com que nunca falte
A merenda escolar,
Exigir que ela seja
Boa de saborear;
Rever sempre os conceitos
Que se tem de aprovar.
Tudo que aqui relato
São angústias de um sonhador
Que se sente inquieto,
Que fala sem destemor
Por conhecer esta causa,
Pois também sou professor.
FIM
OBS.: Trechos deste cordel foram transformados em música no ano de 2006. Clique aqui para escutar a gravação.
http://www.projetocordel.com.br/dilemas_do_professor.htm
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